segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ficando pilhado...


As pilhas no mundo moderno desempenham um papel fundamental, facilitando a utilização de aparelhos eletrônicos, como carrinhos de brinquedo, controle remoto, lanternas, celular, entre outros. Imagine se ao pegarmos o diskman ou o mp3 viesse um fio junto para ligar na tomada. É uma invenção tão útil e importante, mas com um sério risco ambiental. Ao trabalharmos com metais pesados como os das pilhas, devemos ter consciência do material com que estamos lidando para realizarmos um descarte seguro e não prejudicarmos o meio ambiente. Com esse enfoque, iremos conhecer um pouco da história das pilhas, suas utilidades e seus modos de descarte.

A primeira pilha surgiu no ano de 1800 com o cientista Alexandre Volta, e era composto de placas de metais diferentes, sendo eles o Zinco e o Cobre, alternadas e empilhadas em meio a uma solução de ácido sulfúrico embebida em pedaços de tecido. Ao ligar uma das extremidades de um fio condutor a uma placa de Zinco e a outra extremidade à placa de Cobre, Volta percebeu a passagem de corrente elétrica.
Posteriormente, o cientista John Frederick Daniell aperfeiçoou a idéia, transportando as placas metálicas para duas comportas separadas, ligadas por uma ponte salina e um fio condutor. Baseado nesse experimento, Daniell formulou suas hipóteses de transferência de elétrons.
Como todos sabemos, não ficamos andando por aí com duas vasilhas e pedaços de metal: as pilhas evoluíram. E, no mundo capitalista, as tecnologias têm que ser variadas para agradar todo o tipo de consumidor. Com isso, foram desenvolvidas desde a pilha de Daniell quase 200 tipos diferentes de pilha.
A pilha seca ácida é composta de um eletrodo de grafite para fechar o circuito e no pólo negativo de um envoltório de Zinco. No interior da pilha há uma pasta de MnO2 e NH4Cl. Já podemos ver o mercado das pilhas surgindo, pois o nome “pilha seca” é uma desinência comercial, uma vez que ela não é seca realmente, mas apenas difere do modelo de Daniell. Mais à frente tivemos o surgimento da pilha alcalina que apresentava vantagens em cima da ácida.
A pilha alcalina foi outra invenção do mundo moderno. São mais duráveis e possuem um risco muito menor de vazamento do que as pilhas ácidas, por isso estão rapidamente ocupando o mercado. O nome alcalino é dado por funcionarem com uma pasta básica em que o NH4Cl é substituído por KOH ou NaOH. O fato da maior durabilidade das pilhas alcalinas pode ser justificado pela maior condutividade do NaOH ou KOH em relação ao NH4Cl e pelo desgaste mais lento em meio básico.
Podemos fazer pilhas de acordo com a necessidade, o tamanho preciso, o tempo de duração e o preço que podemos pagar. Um exemplo de pilha que solucionou uma necessidade vital foi a pilha de lítio, usada para marcapassos, que é pequena e de longa duração, de 6 a 8 anos.
As baterias são um conjunto de pilhas ligadas em série, por isso possuem uma potência maior. As baterias de níquel e cádmio podem ser recarregadas milhares de vezes, além de manter a ddp constante durante a descarga. As baterias de chumbo (utilizada para carros) são muito duráveis, e possuem uma potência de 12V produzidos por seis pilhas de 2V ligadas em série. Esse tipo de bateria possui uma corrosiva solução aquosa de ácido sulfúrico. A bateria não dura por mais de duas horas sendo usada direto, mas, no carro, além de não a utilizarmos constantemente, temos uma recarga feita pelo próprio veículo.

As pilhas apresentam metais pesados considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente, tais como mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Dentre esses metais os que apresentam maior risco à saúde são o chumbo, o mercúrio e o cádmio. Se não tivermos consciência ambiental e descartarmos as pilhas em qualquer lugar, o risco de contaminação de um lençol freático ou até mesmo da nossa terra será enorme.
Mesmo não havendo registros de contaminações ou prejuízo à saúde, e sem ocorrência de danos causados ao meio ambiente pelo descarte indevido de pilhas e baterias, as empresas Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta têm investido consideravelmente para reduzir ou até eliminar esses materiais.
Com essa preocupação ambiental, o órgão CONAMA estabeleceu padrões quantitativos de cada substância em uma pilha. A partir do ano 2000, começou a vigorar esses padrões e qualquer pilha comercializada deverá seguir a norma. Com isso, segundo esse órgão, agora podemos descartar as pilhas usuais de brinquedo, controle remoto, mp3, etc., no lixo doméstico, apenas nos preocupando no descarte de baterias de chumbo ácido, pilhas e baterias de níquel-cádmio e baterias de óxido de mercúrio. Todas essas devem ser devolvidas ao fabricante ou importador.
Será que isso está correto? Será que o CONAMA observou todos os fatores químicos e ambientais antes de fazer esses padrões?
As baterias do futuro: pesquisas eletroquímicas estão em grande ascensão, e novos métodos de obter energia são encontrados a todo instante, todos eles visando ao baixo custo de manutenção, à maior duração, e zelando pelo meio ambiente.
Um exemplo de pilha desenvolvida é a de H2/O2 em solução de KOH e eletrodos de Ni e NiO que teria por vantagem, teoricamente, o não desgaste de seus reagentes.
Cientistas tentam formar uma bateria através da captação de energia. O que aparentemente seria apenas uma folha preta será uma pilha flexível, podendo se adequar a diversos aparelhos de mais variadas formas, e poderá funcionar em temperaturas de 150°C a – 73 °C. Tem sua constituição de 90% de celulose, mas não se enganem, pois a bateria possui nanotubos responsáveis pela geração de energia.

Postado por Roberto Dalmo

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