segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quimica na Bahia


Viva a Bahia, terra de alegria, de Caymmi, Gilberto, Bethânia e Veloso. Berço do samba, e forte cenário histórico brasileiro. Terra abençoada pelos orixás, que alem de muita magia, possui muita química. Tão fascinante foi minha ida à Bahia que não poderia deixar de escrever em meu blog, e mostrar a química existente em dois pontos fortíssimos da cultura baiana.

1- A comida
2- A religião

A comida com seu azeite de dendê, sua pimenta, acarajé e abará, ou caruru e vatapá?

A religião, mostrando a mistura das ervas, alecrim, manjericão, laranjeira, e outras em água de alfazema, e a química existente no ritual de candomblé.

A comida


Quem nunca ouviu falar em azeite de dendê, vatapá, caruru, acarajé, ou na pimenta baiana, que é arretada?

O azeite de dendê é popular na culinária e no candomblé e produzido a partir do dendezeiro, uma palmeira. Alem da culinária ele é muito utilizado para fabricação de sabão, graxas, e lubrificantes.

Esse óleo, consumido há mais de 5000 anos, foi trazido para o Brasil na época do tráfico negreiro. Segundo Edison Carneiro

"Os traficantes de escravos acrescentaram o dendezeiro à paisagem natural do Brasil sem maiores dificuldades. Era natural que o plantassem primeiro na Bahia, então o grande centro do comércio de negros".

Mas há uma grande discussão sobre este fato.

No aspecto de sua composiçao química:
Contém proporções iguais de ácidos graxos
saturados
palmítico 44% e esteárico 4%
não saturados
oléico 40% e linoléico 10%
Alem de ser uma fonte natural de vitamina E, tocofeiros e tocotrienois que atuam como antioxidantes, é rico também em betacaroteno, e fonte importante de vitamina A.

Acarajé


No acarajé, temos o bolinho de feijão fradinho. Vamos a receita:

Ingredientes:
1/2 Kg de feijão fradinho
1 cebola grande
3 dentes de alho
óleo de dendê
sal

Modo de preparo:
1. Coloque o feijão fradinho de molho em água fria, durante 2 horas.
2. Quando o feijão começar a inchar, lave-o com água fria, até soltar toda a casca.
3. Moa o feijão sem casca em processador até formar uma massa branca e espessa.
4. Bata a cebola, o alho e o sal no liquidificar e acrescente à massa de feijão processada.
5. Em uma frigideria funda ou em um tacho, coloque óleo e azeite de dendê e esquente até ferver.
6. Faça pequenas porções da massa usando duas colheres de pau ou de sopa e frite no óleo até que os bolinhos adquiram uma tonalidade avermelhada por fora e branca por dentro
Dentro desse bolinho vai Vatapá, Caruru, camarão, vinagrete e muita pimenta.

Vatapá


Descrito por Caymmi, utiliza-se fubá, dendê, castanha de caju, pimenta malagueta, amendoim, camarão, coco, gengibre, e cebola.




Caruru

é uma comida de candomblé e que pode servir de acompanhamento para o acarajé

É preparado com quiabo, uma verdura que se pensa ser de origem africana, cebola, camarão fresco e seco, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído.

A pimenta


As pimentas possuem uma química bem interessante. Pimenta do reino, da espécie piper nigrum, Que são os pequenos grãos pretos, que usamos muito no dia a dia. A pimenta verde e a branca, são do mesmo fruto, mas colhidos em data diferente.

A substancia que dá a sensação de picante nessas pimentas, é a piperina. E essa substancia é um óleo essencial que é liberado quando os grãos são rachados. Como ela é muito volátil utilizamos os moedores, para que possamos ter a mais fresca pimenta.

Mas existe outro tipo de “pimenta” que não é pimenta, mas que foram descobertas por Cristóvão Colombo e batizadas como pimenta. Isso porque a pimenta era uma especiaria muito cara na época, assim seria maior o lucro. Elas são as capiscums e os exploradores também a chamavam de chiles.

No Brasil são conhecidas como pimenta mesmo, e como maior exemplo a pimenta malagueta (capiscum fructenses).

Nesse tipo de pimenta, os óleos essenciais são a capsaicina e di-hidrocapsaicina e mais outros compostos. Todos eles são conhecidos como capsaicinóides, que não possuem cheio nem sabor, sendo a sensação de calor, provocada por outras substancias.

Esse é um pouco da culinária baiana, no próximo post falarei do Candomblé.


Foi utilizado como fonte, o site do HSW e o livro O que Einstein disse ao seu cozinheiro

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Afrodisíacos...


Esta matéria esta no site da QMCWEB, que foi apresentado a mim pelo professor Anderson Rocha.

Afrodisíacos, mitos e verdades


Os homens sempre sonharam sobre a possibilidade de aumentar a sua capacidade sexual ou de estimular os desejos sexuais de seus parceiros, através da ingestão de certos alimentos ou, ainda, certos fármacos. "Afrodisíaco" é definido no Academic Press Dictionary of Science and Technology como "uma droga ou agente que estimula ou aumenta as respostas sexuais" e "que desperta desejo sexual". O QMCWEB desta semana apresenta os afrodisíacos vistos pela ciência: o que é mito, o que é fato, quais são as substâncias que, comprovadamente, atendem ao menos uma das definições para este verbete.


Uma das primeiras substâncias utilizadas como afrodisíaco foi o álcool. Terence, no livro Eunuchus, disse: "Sine Ceres et Libero friget Venus", isto é, sem comida e vinho não há sexo. Em um estudo publicado na revista Nature, em 1994, ficou demonstrado que a ingestão de pequenas doses de álcool aumenta o nível de testosterona (o hormônio masculino) na mulher - isto, sem dúvida, aumenta o desejo sexual feminino. Além disso, o álcool pode reduzir a ansiedade e libertar as inibições morais e culturais, deixando o casal com menos restrições ao sexo. Isto, porém, é tudo o que a ciência diz sobre o álcool como afrodisíaco. Se a dose for alta, entretanto, o efeito é o oposto: o álcool causa impotência sexual.

Muitos pratos exóticos e de sabor estranho também têm, segundo a cultura popular, poderes afrodisíacos. Entre estes, Dizem que é afrodisíaco...figuram, principalmente, os frutos do mar, conforme visto no quadro ao lado. Mas há iguarias extremamente estranhas, tal como o sangue de cobra, pênis de certos animais (o filósofo grego Hipócrates receitava o pênis de animais não somente para a libido mas, também, para picadas de cobras), o feto de porcos e vacas, testículos de veado, urina de vários animais, incluindo o elefante. O chá de pinhas de pinus também, segundo a crença, tem estes poderes. A regra geral é que quanto mais caro e mais exótico for o alimento, mais pessoas acreditam em seu poder afrodisíaco. Há, entretanto, representantes desta área em espécies mais comuns, como o amendoim, o côco, o pinhão, a uva, entre outros. Não há nenhuma evidência de que qualquer uma destas iguarias (exóticas ou não) tenham efeitos sobre o apetite e performance sexual. Mesmo assim, milhares de tigres asiáticos são abatidos anualmente para que seus pênis sejam extraídos, e acabem virando "sopa de granfino broxa".

A cebola, por mais incrível que pareça, tem sido utilizada como afrodisíaco desde os tempos mais remotos.
Muitos textos clássicos Hindu, sobre a arte de fazer amor, mencionam a cebola como um alimento pré-coito. Na era dos faraós, os celibatos não podiam comer cebolas, por causa de seus efeitos potenciais. Na França, era servido cebolas aos recém-casados na manhã após a lua de mel, para que eles restaurassem a sua libido. A ciência não encontra argumentos para sustentar este credo popular. Todos sabemos, porém, dos efeitos prejudiciais que a cebola pode ter na relação amorosa - o mau hálito pode vir a inibir o interesse sexual...

Algumas drogas têm, comprovadamente, efeito sobre a impotência masculina. A primeira droga que foi reconhecida pelo FDA como possuidora desta propriedade foi o ácido 3-hidroxi-2-(3-hidroxi-1-octenil)-5-oxo-ciclopentaneheptanóico, popularmente conhecido como alprostadil, aprovado no dia 6 de julho de 1995 pelo FDA, e fabricado pela Upjohn Company, sob o nome de Caverject. O inconveniente era que esta droga deveria ser injetada, com uma seringa, no pênis, minutos antes viagrada relação sexual. A droga dilata o corpo cavernoso, permitindo uma maior entrada de sangue no pênis e a consequente ereção. Milhares de americanos correram às farmácias para adquirir o produto. Pouco tempo depois foi lançado o Viagra, também aprovado pelo FDA e produzido pela Pfizer, que além de possuir maior eficácia, era de ingestão oral - melhor do que o Caverject, que tinha que ser injetado. O QMCWEB já publicou um exemplar sobre o viagra.

Plínio, Celsus e Hipócrates receitavam o extrato de uma cantaridinpequena mosca, a "mosca espanhola" ou Cantharis vesicatoria, para diversos males, incluindo a impotência sexual. Em vários países esta mosca ainda é ingerida para este fim. A ciência sabe que esta mosca contém o anidrido dimethil-3,6-epoxiperhidroftálico, conhecido como cantaridina. Este composto possui uma intensa atividade biológica, sendo tóxico em alta dosagem. Não há relação, entretanto, com a libido ou impotência. Na indústria, este composto é empregado como pesticida - é preparado sinteticamente, seguindo do método descrito por W.G. Dauben no Journal of America Chemical Society. 102, 6893 (1980). Este composto é extremamente tóxico: a ingestão de apenas 1.6g de moscas espanholas pode resultar na morte em menos de 24 horas. O uso como afrodisíaco, provavelmente, deriva de um de seus efeitos tóxicos: ao ser eliminado pelo organismo, o cantaridin irrita a mucosa do trato urinário, resultando no priapismo, uma persistente e anormal ereção do pênis, geralmente acompanhada de dor.

Concluindo, a grande maioria dos compostos e misturas tidos como afrodisíacos são cientificamente infundados - ou, numa linguagem corrente, são B.O's. A ciência busca encontrar mais compostos afrodisíacos - afinal, este é um mercado extremamente promissor. A cultura popular, entretanto, não aguarda os avanços científicos. Na maioria das vezes, basta uma indicação de um livro tipo "Seleções Digest" e a população passa a acreditar solenemente nos poderes do composto. Como, na maioria das vezes, a causa da impotência masculina é psicológica, a crença de super-poderes nestes produtos pode ajudar a reverter o quadro, e causar a ereção. Neste caso, basta ter fé, a composição química do produto pouco importa. Entretanto, poucas drogas são verdadeiramente afrodisíacas. O FDA norte-americano possui um excelente artigo sobre o tema, que pode ser acessado no site http://www.fda.gov/fdac/features/196_love.html.
É preciso ter cuidado e um senso crítico em relação aos milagres oferecidos pelas indústrias. Como diz um velho ditado, "O órgão sexual mais importante é aquele que fica entre as orelhas". Use bem o seu!


Mais um pouco de conhecimento sobre o assunto


Lei da Similaridade

Muitos dos compostos ditos afrodisíacos por cultutas milenares provinham da "lei da similaridade": as pessoas acreditavam que um objeto que lembrasse a forma da genitália pudesse trazer poderes sexuais. Daí vem o uso do Ginseng, do chifre de rinoceronte e as ostras (aqui em Florianópolis, os mariscos), entre outros.


A palavra Ginseng significa "raiz do homen", e foi usado como um rejuvenescedor e revigorante na China, China, Tibet, Coréia, Indochina, and Índia. Sua forma lembra uma figura humana. A raiz, de fato, é ligeiramente estimulante, tal como o café. Segundo o FDA, entretanto, não existe nenhum dado científico que relacione a droga com o "poder" ou "desejo" sexual.

A similaridade da forma do chifre do rinoceronte com o pênis é a razão de sua reputação mundial como um incrementador da libido. A adição do pó do chifre do rinoceronte à comida aumentaria o desejo e a performance sexual. Cientificamente, entretanto, sabe-se que o chifre contém compostos de cálcio e fósforo, somente. Não há nenhuma relação com o interesse sexual.

Na Ásia muitas partes do tigre são consideradas afrodisíacas. Uma panela de sopa de pênis de tigre, por exemplo, custa $350 em Taiwan - eles acreditam que é um dos mais poderosos afrodisíacos do mundo! Novamente, não há evidências científicas para a veracidade deste mito.

A Afrodite, a deusa do amor segundo a mitologia grega, nasceu do mar - daí a razão de muitos frutos do mar serem ditos afrodisíacos. As ostras e mariscos, entretanto, ainda lembram a forma da vagina feminina, caindo na "lei da similaridade". Novamente, não há nenhuma prova científica que sustente o credo popular.